Estamos nos tornando trabalhadores de 24 horas?
- Victor Sato
- 5 de ago. de 2015
- 3 min de leitura

Fazer horas extras, levar trabalho pra casa e ter de atender telefonemas indesejados fora do expediente está virando rotina. Uma nova pesquisa da conceituada empresa norte americana de recrutamento e seleção CareerBuilder apontou pelo menos três pontos importantes: - dois a cada cinco empregados continuam trabalhando fora do expediente regular; - um a cada quatro verificam coisas do trabalho durante atividades de família e amigos; - homens são mais propensos a continuar com a cabeça escritório. A pesquisa indica que, assim como os antigos dispositivos eletrônicos conhecidos como pagers, a jornada de trabalho regular de oito horas pode ficar para trás. Mais de 1.000 empregados de tempo integral nas áreas de tecnologia da informação, serviços financeiros, vendas e serviços profissionais – segmentos que historicamente têm mais horas de trabalho – participaram de um estudo nos Estados Unidos, conduzidos pela CareerBuilder, no período de 14 de Maio a 3 de Junho de 2015, para discutir seus hábitos e atitudes relacionados a jornada tradicional das 8h às 17h. De acordo com a pesquisa, 63% dos empregados nestes segmentos acreditam que a jornada das 8h às 17h é um conceito ultrapassado e um número significativo tem problemas para deixar mentalmente o escritório. Aproximadamente 24% (um a cada quatro) verificam seus e-mails e mensagens do trabalho durante reuniões familiares e sociais. O antigo “8 às 5” é o novo “5 às 8”? Sabemos que muitos empregados destes segmentos trabalham fora da jornada de 8 horas, reparem nestes dados impressionantes: 50% deles dizem que verificam e respondem e-mails fora do trabalho e aproximadamente 38% continuam trabalhando após o expediente. Pode parecer à vista normal que aqueles que ficam conectados ao escritório mesmo fora do expediente estão carregando um fardo, entretanto, a maioria, por volta de 62% deles, levam este excesso como uma opção mais do que uma obrigação. “Empregados querem mais flexibilidade em seus horários e o desenvolvimento tecnológico permite que estejam conectados em qualquer horário e qualquer lugar. Desta maneira faz sentido deixá-los à vontade fora do horário tradicional”, diz Rosemary Haefner, Diretora de Recursos Humanos da CareerBuilder. “Para algumas empresas pode não ser possível permitir este tipo de flexibilidade, mas se feito da maneira correta, permitir esta conduta pode melhorar sua moral, aumentar a produtividade e os índices de retenção”.

Longe, mas não distante Mesmo longe do escritório – ou conectado apenas pelo smartphone – não significa estar com a mente distante: 20% destes empregados dizem que a última coisa que passa por sua cabeça antes de dormir é trabalho e o dobro diz que trabalho é a primeira coisa que vem a mente quando acorda. Aproximadamente um a cada cinco (17%) diz ter dificuldades para atividades de lazer por pensar muito no trabalho. Divisão entre homens e mulheres Homens costumam trabalhar em horário flexível mais que as mulheres (44% contra 32%). No que diz respeito a verificar e responder e-mails fora do expediente regular homens estão a frente com 59% contra 42% das mulheres e sobre trabalhar enquanto estão com a família ou amigos chega a ser 30% contra 18%. Entretanto, mulheres vão para cama pensando mais no trabalho do que os homens (23% contra 16%). Perspectivas por Idade Quando se fala de trabalhar fora do expediente a pesquisa aponta para 31% dos empregados entre 18 a 24 anos contra 50% dos empregados entre 45 a 54 anos e 38% dos empregados acima dos 55 anos. Enquanto 52% dos empregados entre 18 a 24 anos verificam e respondem e-mails fora do trabalho, somente 46% dos empregados acima dos 55 anos. Setenta por cento dos empregados acima de 55 anos dizem estar conectados ao escritório por escolha própria, comparado aos 56% dos empregados entre 18 a 24 anos. Empregados mais jovens são mais propensos que os mais velhos a pensar no trabalho (31% entre 18 e 24 anos contra 11% acima de 55 anos), ou que acordam com a mente no trabalho (59% contra 31%).
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